A
criança é um ser social que nasce com capacidades afetivas,
emocionais e cognitivas. Ela tem desejo de estar próxima às
pessoas e é capaz de interagir e aprender com elas de forma que
possa compreender e influenciar seu ambiente. Ampliando suas relações
sociais, interações e formas de comunicação,
as crianças sentem-se cada vez mais seguras para se expressar,
podendo aprender, nas trocas sociais, com diferentes crianças
e adultos cujas percepções e compreensões da realidade
também são diversas.
A criança, sendo sujeito social e histórico, como todo
ser humano, faz parte de uma organização familiar que
está inserida em uma sociedade, com uma determinada cultura em
um determinado momento histórico. É profundamente marcada
pelo meio social em que se desenvolve, mas também o marca. A
criança tem na família, biológica ou não,
um ponto de referência fundamental, apesar da multiplicidade de
interações sociais que estabelece com outras instituições
sociais.
Segundo o estatuto da criança e do adolescente, “A criança
e o adolescente tem direito à educação, visando
ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício
da cidadania e qualificação para o trabalho”. Para
se desenvolver, portanto, a criança precisa aprender com os outros,
por meio de vínculos que estabelece. Se as aprendizagens acontecem
na interação com as outras pessoas, sejam elas adultas
ou crianças, elas também dependem dos recursos de cada
criança. Dentre os recursos que as crianças utilizam,
destaca-se a imitação, o faz de conta, a oposição,
a linguagem e a apropriação da imagem corporal.
O fato de a criança, desde muito cedo, poder comunicar-se por
meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira
faz com que ela desenvolva sua imaginação. Amadurecem
algumas capacidades de socialização, por meio da interação
e da utilização e experimentação de regras
e papéis sociais. Assim, cuidar da criança e do adolescente
é, sobretudo dar atenção a ela como pessoa que
está em contínuo crescimento e desenvolvimento, compreendendo
sua singularidade. Aos poucos ela se tornará mais independente
e mais autônoma, tornando-se um cidadão mais crítico,
participativo e que acima de tudo respeite os outros.